A LEI DE PEMBA – UMBANDA, REVOLUÇÃO E LIBERTAÇÃO.
Análise com base nos estudos da Mestra Cabocla Ita na T.U.LO.
A lei de pemba é uma lei divina aplicada ao neófito quando começa seus primeiros passos nas escolas iniciáticas da magia divina durante o caminho do retorno. Esse caminho de volta se trata do resgate interno que cada umbandista, sendo ele trabalhador de corrente mediúnica ou praticante umbandista batizado, deve fazer por meio da magia e do processo iniciático, “trabalho, cura e libertação”.
A umbanda é uma religião genuinamente brasileira, [re] nasceu em solos brasileiros e, apesar de seus poucos anos no plano terreno, se comparada com o período de fundação no mundo das outras religiões é uma religião milenar no seu plano astral. Por meio dos estudos de mãe Ita fomos informados que nós brasileiros somos “descendentes”, digamos assim, dos velhos atlantianos caídos há mais de cem mil anos antes da chegada de Cristo Jesus. Originários do território conhecido por Atlântida, como foi denominado por Platão, onde seus habitantes desenvolviam uma grande sabedoria espiritual, artística e científica que até hoje a humanidade nunca conseguiu conquistar. Transitavam livremente naquilo que os guias da nossa umbanda chamam por reinos, o que é na verdade “o mundo real”, o que está para além dos portais e aquém da “caixinha” ilusória em que vivemos. Esses tinham a grande tarefa designada pelo governo oculto do mundo de propagar o conhecimento divino que receberam e desenvolveram para com o restante da civilização mais desfavorecida, não somente por meio dos ensinamentos, mas também através do cruzamento entre “raças”.
Parte desse povo que se chama atualmente de magos negros, começou cada vez mais ser contaminado pelo egoísmo, ambição, vaidade, dentre outros vícios morais. Eles recusaram a se misturar e a propagar o conhecimento divino, resultando numa grande guerra com outros atlantianos, hoje seriam chamados de magos brancos, os quais estavam dispostos a cumprir os desígnios divinos, o que certamente resultou no sucumbimento desse povo e no afundamento do território.
Logo depois houve uma grande migração desses atlantianos para outras partes do planeta, o que mãe Ita nos informou foi que muitos desses atlantianos caídos floresceram por meio da dor, sobretudo, nas ditas civilizações antigas que conhecemos hoje: a Egípcia, Grega, Romana, Celtas... Na América do Norte e Central, principalmente, os índios do Norte e os Maias; e aqui no sul da América, muito antes dos asiáticos se misturarem com os nativos da região; além da China, Índia e o Timbet, esse último soube tão bem cultivar os saberes dos seus ancestrais atlantianos, que resguardaram a sabedoria até demais, incorrendo no mesmo erro do seu povo “originário”, obviamente em proporções menores.
O certo é que após milênios da migração dos atlantianos e do seu florescimento em diversas “Grandes Civilizações” do mundo, as quais ao longo de suas histórias sucumbiram no geral em função do excesso e pela busca de poder, o Governo Oculto do mundo decide fundar a lei da AUM-BANDHÃ, lei divina em ação e, dessa vez, os remanescentes da velha Atlântida renasceram em terras brasileiras podendo, assim, resgatar sua dívida cármica, motivo da sua queda, compartilhar os mistérios da magia sem amarras em livros, documentos ou postulados, além de vivenciar verdadeiramente sua tarefa em se propagar num povo miscigenado.
Sendo assim, o caminho do retorno para o “mundo real”, a travessia dos portais e a libertação dos véus da ilusão só será possível por meio da boa magia e do processo iniciático. A transformação é de dentro pra fora, vivenciar a revolução da alma para além das “quatro paredes” de seus templos, seja por um ato de solidariedade, por uma palavra de esclarecimento a respeito do “caminho” ou mesmo por meio do confronto em prol dos mais necessitados na “matrix” em que estamos presos, auxiliando-os na caminhada libertadora. Afinal, só iremos viver num mundo verdadeiramente justo quando o homem buscar fazer sua reforma interna desvencilhando-se de vícios morais tão perniciosos, motivos de suas inúmeras quedas, tais como egoísmo, a vaidade, o orgulho, ambição, recalques etc., enquanto isso pode existir mil ideologias alternativas ao “capitalismo selvagem”, pois a VERDADEIRA REVOLUÇÃO SOCIAL é a da ALMA. É essa que dará a vez aos desvalidos e só irá acontecer quando cada ser humano optar pela transformação interna e o caminho de volta.
Tendo a noção desse processo de busca pela libertação, portanto, o neófito em suas escolas iniciáticas começará a dar os passos iniciais em direção ao caminho do retorno sob auxílio, condicionamento e direção da lei de pemba.
Na umbanda, diz mãe Ita, uma religião que permite e auxilia na entrada dos reinos, essa iniciação se dar 10 % no plano terreno [nos templos] e 90% no astral [sonhos, desdobramentos] e deve seguir o seu princípio triangular: obediência, lealdade e humildade. O que não quer dizer que você será um fantoche ou um subserviente, quer dizer que, nas trilhas da iniciação é preciso ter fé para além dos míopes olhos carnais, questionar com respeito e buscar o silêncio sábio na hora que for preciso.
Primeiramente devemos nos desfazer de uma coisa chamada personalidade. Na espiritualidade, mais uma vez conceitua mãe Ita, personalidade é o conjunto de corpos de ação, da alma em seus trânsitos nas diversas densidades.
Os mestres astrais vão atuar no ego, tocando-lhes em suas verdades mais petrificadas desde convictos até, supostamente, os mais flexíveis e serenos, dos letrados aos mais simples “culturalmente” atingindo aquele “Eu narciso” que mais nos impede de evoluir.
É dessa forma, inicialmente, que se dará o primeiro passo no processo de “revisão” da personalidade, composta: emocional, mental inferior, físico e etérico. No primeiro, os mestres irão atingir a “auto-piedade”, quem não se faz de “coitadinhos”, atire a primeira pedra?! No segundo, mental inferior, atingirão o orgulho, a vaidade, a renúncia ao mundo ilusório e suas convictas ideias ou sua ausência identidade ou, mesmo, seus medos, culpas, dentre outros. No físico pode se atingir numa doença, acidente físico, num desequilíbrio sexual, transtorno da kundalini....No etérico, que é nosso corpo de ação no mundo astral, os mestres irão atingir no carma nos ajudando no processo de libertação de dívidas de vidas passadas e atuais de forma gradual e permanente.A escolha é LIBERTAÇÃO[caminho] ou APRISIONAMENTO [estagnação e/ou retirada do processo iniciático].
Na lei de pemba, o primeiro raio da iniciação das escolas internas iniciáticas se dá por meio da harmonia pelo conflito. De um mestre para seu discípulo será repassado as seguintes fases, pontua mãe Ita:
- Ensinamentos, aprendizado nos mistérios da magia, no autoconhecimento e nos caminhos da evolução [no retorno].
- Aumento da vibração dos “corpos” [aço, fogo] se dá no astral.
- Vivência, o serviço para com o “santo” em prol da caridade, seja numa corrente mediúnica ou por meio da participação devocional ao sagrado, como paciente limpando-se, curando-se e se libertando. Compartilhando os ensinamentos enquanto praticante ou médium “trabalhador” da religião.
- As provações: Atingirão o campo das ideias, aquelas mais enraizadas.
- Advertência no máximo três, os avisos sobre as ações e pensamentos mais cristalizados. Persistência no erro, não aceitar os “fatos”... É o que mestre Tupinambá, chama de “teima”. Exemplo: Avisos poderão ocorrer numa chamada de atenção dos guias para o discípulo, numa recomendação ou mesmo por meio de sonhos.
- Misericórdia, ação final do mestre para com seu discípulo no estágio das provações, um verdadeiro ato de amor, onde a misericórdia divina nem sempre se expressará premiando o discípulo ou sendo condescendente para com seus feitos, sobretudo, se o aprendiz estiver alimentando uma postura equivocada para com os ensinamentos que estão sendo repassados ou na “teima” diante das provações ou mesmo numa possível “quizila” [conflitos ou recalques] com o canal de comunicação, no caso o zelador ou mãe/pai de santo, a ialorixá ou babalorixá, dependendo da escola iniciática em que estiver se desenvolvendo. Tal misericórdia pode se manifestar de diversas formas: um acidente físico dentro do templo, uma doença, quebras de paradigmas, rompimento das supostas bases emocionais e materiais, além de muitas outras situações.
Pode-se dizer então, para finalizar, que a lei de pemba, sendo uma lei divina,acompanhará o neófito ao longo do seu processo de iniciação e durante o caminho do retorno, do resgate e da transformação interna/externa, será iniciado por diversos outros raios iniciáticos que serão explanados por nossa mestra, guia de luz, cabocla Ita no decorrer dos próximos estudos.
SARAVÁ UMBANDA!
Alanna Souto, Mestre em história Social da Amazônia-UFPA .Belém-PA.https://twitter.com/#!/Alanna_Souto
Tópico: A LEI DE PEMBA – UMBANDA, REVOLUÇÃO E LIBERTAÇÃO.
Nenhum comentário foi encontrado.