Língua,
Amaldiçoada diariamente por tanta dissimulação.
Renego-te!
[Ímpia, puta, suja...]
Abençoada perenemente por [me] inspirar excitação
E a cada movimentar livre da boca
Entre [pequenos e grandes] lábios
Abre-se e se desfaz
Esgota o salivar
De tanto penetrar
Satisfaz
E [te] esquece!
Acorda,
Ler Augusto dos Anjos
E adormece.
Sonha, faminta
No recital onírico
“A apolínica besta famulenta!”
Morta-viva, a língua.